Meu poema preferido.
Acho que nunca farei outro com tanta emoção.
Na passagem da minha mãe, e, em sua homenagem, posto-o aqui.
Argamassa da vida
Hoje entendi que saudade não se define!
Sempre soube que doía uma despedida,
cada uma delas, na justa medida!
Mas não há medida justa para sentimentos,
cada um tem seu peso,
desespero e destempero.
Seu rastro é profundo, inevitável,
a marca deixada: indelével
todas têm seu mistério!
Meu coração tantas vezes trincado,
mais que machucado, aos pedaços,
tenta se recompor.
A cola a vida oferece:
sempre em forma de prece
argamassa onde entra o amor.
Cada lágrima rolada
sedimenta a virada
cujas pás são as mãos do Senhor!
rogoldoni
10 10 2009
T 2 432 908
Publicado na Antologia
"Poemas à Flor da Pele, vol. 4"
Editora Somar Porto Alegre 2011
página 356