Textos

Fugindo da violência, deparo-me com ela!
Hoje sofri  a minha primeira tentativa de seqüestro relâmpago por telefone.
Meu movimento atual  é buscar a tranqüilidade  do interior.
Fui assaltada três vezes, sendo que, na última, em maio deste ano,
reagi furiosamente e investi contra os assaltantes: uma ato reflexo, instintivo, talvez motivado por uma onda de indignação. Mas não apropriada. E ao me dar conta do que tinha feito, caí na realidade e percebi a loucura da minha atitude.
E os casos foram se sucedendo com amigos, vizinhos, ou seja, estávamos cercados e isolados pela violência.
Saídas?
Soluções?
O que esperar das autoridades neste momento em que estamos vivendo no País?
As mídias nos dão idéia do caos moral em que a Nação está atolada.
Polícias aparelhadas, polícias renovadas, polícias inteligentes.
Mas não são suficientes para assegurar toda a gente!
E o interior?
Debandei-me de malas e cuias, PC e internet:
aqui estou segura!
Ledo engano!
Acordo com uma ligação a cobrar.
Pensei: devo atender pois um filho pode estar a  precisar.
Um vagabundo, do outro lado da linha, dizia ameaçar um filho com um machado.
-Dinheiro, queremos dinheiro!
As pernas tremendo, adrenalina a mil e, ao mesmo tempo, autocontrole: uma dualidade difícil de viver.
Todos na família já tinham passado por isso. Mas, para mim, era estreia. Entre o palco e a realidade, uma tênue divisória. Mas consegui atuar.
Merde!
Sucesso total:  bandido frustrado e eu mudando o cenário.
Caminho:  Delegacia Legal, que achei ser a tal.
Ligo e relato o fato.
Nada a  fazer: o resultado.
Frustrada e mais uma vez indignada, acredito-me palhaça, no sentido pejorativo da palavra.
E acabo de receber uma ligação de uma amiga da redondeza: o ameaçado foi seu marido, homem com sérios problemas cardíacos.
O mesmo caminho trilhou: Delegacia Legal e nada a fazer.
Serão as Delegacias Legais do interior diferentes das dos grandes centros?
Sou contribuinte legal, não quebro sigilo fiscal nem carrego dinheiro na calcinha.

Como cidadã, só quero o que me é de direito: segurança e respeito!

Sou ficha limpa!

Rogoldoni
em 24 09 2010
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 24/09/2010
Alterado em 13/09/2012
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