Ares de Porta-Bandeira
Componho-me porta-bandeira,
mas não sou sambista:
trata-se de alegoria.
A mala na sala
desfeita ou fechada,
é a bandeira que faço girar.
Giro a saia,
giro a vida,
giram os sonhos:
movimentos necessários
neste meu mundo enfadonho.
Procuro-me em todos os cantos,
na certeza de que vou me encontrar.
Cantos de bossa-nova,
cantos de todos os santos,
cantos de Mercedes Sosa
ou um bom rap cubano.
O estandarte, múltiplas cores
estão a me maquiar:
o rubro de Manabu
o azul de Picasso à la carte
misturados a Girassóis,
também giro à procura da arte.
Giro a vida,
giro os sonhos,
sei que um dia hei de parar:
Curvar-me-ei à grande platéia
que nada de mim conheceu,
mas aplaudiu o meu desfilar.
Rogoldoni
09 04 2012
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 15/04/2012
Alterado em 19/04/2012