Nuvens a Suspirar
Alto verão sem chuvas manifestas.
Sol a deixar marcas no ressequido chão.
A cigarra,
entre cantar e festejar,
descansa à sombra da folhagem desbotada.
O anoitecer não surpreende em brisas.
A agonia do vento represado
revolve o caniçal
num balé desengonçado:
uma dança conectada à realidade estival!
Ao longe, ouve-se o suspirar duma nuvem.
Estremece em agonia de pingos,
precipita seu pranto sobre as fissuras do barro trincado.
Artérias sulcadas, cavadas em lágrimas,
um rio a fluir na imensidão da estação.
Hidratação a percorrer os mananciais de vida em exaustão.
Redimidos!
Rogoldoni
03 02 2020
https://rascunhosdarogoldoni.blogspot.com/2021/02/nuvens-suspirar.html
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 04/02/2021
Alterado em 04/02/2021