Caneta Afiada e um Tapete de Papel
Perdera-se nos labirintos das inspirações e lampejos criativos.
A lua banhava suas incertezas
enquanto as certezas diluíam-se entre os vapores do amanhecer.
À parte, seus rabiscos provocavam um frisson alfabético
no embaralhar de letras, sílabas e ideias.
Nada a escrever ou emoções a declarar.
Tamborilava o teclado
enquanto a vida corria frouxa.
Descansava dos fardos e machucados
impostos no decurso da vida.
Um emaranhado dos sentimentos percorridos,
caminhos desconhecidos até que se lançasse ao vento
no descobrimento da leveza de viver.
Viajou
sóis, luas e montes,
linhas de horizontes,
cavalgou ventos da madrugada
na afoiteza da caneta afiada e desafiadora.
Refeita,
ousou sem limites:
o poema despertou sobre
um tapete de papel!
Rogoldoni
04 06 2019
Prêmio Menção Honrosa Especial na Antologia Lusófona Sem Fronteiras pelo Mundo, vol. 6, 2021, lançada hoje na Feira do Livro de Lisboa.
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 28/08/2021
Alterado em 30/08/2021
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